terça-feira, 21 de setembro de 2010

Por que as notícias são como são?

Análise da matéria "Brasil quer ajudar Cuba a desenvolver negócios, diz Amorim- Ministro disse que Brasil vai ajudar país a desenvolver economia formal. Governo cubano anunciou o corte de 500 mil funcionários públicos até 2011", do Site G1, sobre as forças que a notícias tem, segundo a Teoria da notícia unificada.

Força Pessoal: a força pessoal nesta matéria, aparentemente, é neutra e não participante, pois, o autor da matéria não se envolveu em opiniões explícitas ou implícitas e deixou claro a todo momento a quem pertenciam as ideias ali propostas. As ideias não foram desenvolvidas historicamente e há apenas um link para uma matéria anterior, um pouco mais completa. A força pessoal não se deixa transparecer em nome de uma matéria com cunho político, que trata em parte de ideias de um chanceler do PT, partido que está com uma candidata à presidência praticamente eleita e um governo comunista que está sofrendo modificações moderadas após anos de inúmeras proibições.

Força Social (Organizacional): Há uma influência organizacional na matéria produzida por ser uma notícia vinda de um site das Organizações Globo, que tentam "coagir", de forma sutil ou não, os ideais de cada jornalista e faze-los se adaptar ao seu estilo de produção. A organização interna da Globo e o desejo de lucro faz com que o título da notícia já seja um atrativo, pois toda notícia relacionada a Cuba chama a atenção (fator extra-organizacional), ainda mais quando ela está relacionada ao Brasil e ao Partido Trabalhista, que tem parte da população sendo favorável e outra parte sendo contrária a essas negociações e ajudas (como é escrito na matéria) ao governo socialista/comunista.

Força Ideológica: Nesta matéria a principal ideologia é a profissional, em relação à organização em que o autor da matéria repassou esta informação. Ligada ao fator organizacional também está o fato político, já que a Rede Globo não é favorável ao Governo Lula. Apesar da matéria se mostrar otimista, mostrando um país evoluído que é capaz de ajudar um outro país a se desenvolver e retirar muitas pessoas de empregos informais e/ou públicos, ela denota uma "parceria" entre governos criticada por muitos opositores eleitorais.


Força Cultural: A notícia, construída de forma simples e sem maiores detalhes é mais passível de ser aceita e lida pela população do que outra, mais longa, sem tantas citações e com informações históricas que provavelmente não seriam absorvidas ou notadas pelo leitor- tão abrangente- do site G1 (que é movido a clicar em notícias com imagens ou que são mais inusitadas). A narrativa é previsível, com muitas citações, com uma visão aparentemente otimista e que indiretamente pode influenciar o leitor para outros pensamentos- mais pejorativos- sobre a novidade.

Força do meio físico e tecnológico: Estando num meio digital a matéria pode facilmente ser alterada, com inclusão ou exclusão de informações, infográficos, vídeos ou fotografias e, até mesmo retirada. A matéria não tem a opção de caixa de comentários mas disponibiliza links para assuntos relacionados, criando um laço entre o assunto e permitindo que o leitor digital se motive um pouco mais a continuar lendo aquilo. Todas essas considerações são levadas em conta na hora do jornalista produzir a notícia.


Força histórica: Por ser uma situação histórica diferente para Cuba, que sofre modificações na sua estrutura de governo e que a princípio, vai prejudicar uma grande parcela da população Cubana em nome de uma evolução posterior e, pelo Brasil estar em campanha eleitoral, com uma nova estrutura de governo que irá se formar e que pode ter continuidade ou não nos projetos atuais, essa matéria faz sentido no tempo em que é divulgada. Mesmo que essas transformações não estejam expostas na matéria, há uma influência de fora, tanto em outros sites de notícias, de busca ou blogs, como conversas interpessoais e com ideais incutidos em formadores de opinião.


Link relacionado: Porque as notícias são como são

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